domingo, 28 de abril de 2013

Minha impressão sobre algumas coisas


Bom, não sei como posso iniciar essa postagem, mas quero iniciar dizendo que não me tornei radical demais, apenas ando pensando um pouco sobre Passado, Presente, Futuro, sobre a Vida, sobre TUDO!

Fui surpreendido com uma conversa com amigos muito queridos com os quais vivi o meu melhor tempo como músico, que conheci muita música boa refinando e firmando meus gostos musicais. Outra coisa que muito me surpreendeu foi ver cada desses meus melhores amigos, agora, completamente envolvidos com essa causa, compromissados e prontos para fazermos um ensaio e, caso role, pensarmos em uma reunião. Mas o que me surpreendeu MESMO foi o fato de sugerirem ensaiarmos uma música da banda, de minha autoria e a regravarmos. Pra mim isso demonstra um desejo mais sério, o que confesso me assustar.

Eu penso muito sobre meu Futuro e, nisso tudo, comecei a pensar em possibilidades, porém meus valores mudaram muito de dois anos para cá. Já não sou um rapaz metaleiro e indomável com 22 anos de idade. Não se passou tanto assim, mas hoje eu tenho quase 30 onde esses passados 8 anos pareceram 20 anos. Vivi muita coisa, aprendi muita coisa e eu mudei de rota com relação a tudo que sempre amei e desejei. Deixei de ser um mais um músico atuante e influente para continuar sendo músico influente, mas inoperante, operando em outra área que é o sonho que sempre persegui: Ministério. Acredito que esses 20 anos em 8 me deu bagagem para que DEUS me dissesse: É agora! Então, parei de tocar e me tornei um pregador. Eu abri mão de muitas coisas, pessoas, enfim, abri mão de mim mesmo para que eu pudesse alcançar a posição e a condição ministerial em que me encontro hoje. Humanamente, não é nenhum lugar e eu sei disso, mas eu também sei que tenho caminhado para chegar a um lugar alto e seguro.

O fato de ser um pregador, um professor, um orientador, um mestre, entre outras coisas é que me fez me tornar alguém que pensa mais do que fala, pensa mais do que faz e reflete sobre aquilo que é o real papel da Igreja, o real papel de um líder.

Por que eu falei da minha banda e do meu ministério? Falei de tudo isso porque eu fico imaginando meu futuro. Minha mente vive fervilhando e borbulhando de idéias e viajando como um computador, em sua linguagem de máquina, procurando condicionais para que determinados comandos possam efetuar as ações a elas atribuídas. Eu fiquei me imaginando como no dia em que o Rodolfo Abrantes declarou o fim da Banda Rodox que muitos não o entenderam onde, na verdade, ele só queria ser verdadeiro com as pessoas e com ele mesmo. Fiquei me imaginando, como compositor e como líder, dando uma entrevista controversa sobre o que seria o destino, o objetivo e minhas convicções.

Eu sempre quis ser alguém grande, alguém que tivesse uma carreira meteórica, com sucesso estrondoso, enfim sonhos de um garoto brasileiro ludibriado, achando que um dia alguém daria valor à cena do metal nacional. Hoje, acho que vivo uma velhice precoce ao passo que tenho vivido uma adolescência retardada desejando viver coisas mais simples e querendo me tornar grande sendo pequeno, desejando ser líder servindo e é nisso que fica a minha decepção, talvez frustração, com relação à música gospel/religiosa.

Eu sou completamente a favor dos shows cristãos, das bandas investirem cada vez mais, cobrarem pelos seus serviços prestados, porque a eles é cobrado um preço alto de gravação, produção, equipe e por aí vai, mas o que eu tenho pensado é que existem músicas que nos tocam e através de histórias cantadas, isso abençoa muita gente e faz com que muitas pessoas se aproximem realmente do seu criador. Eu acho que DEUS tem um plano para todas as coisas, especialmente, a salvação, a transformação, restauração de uma vida.

Ótimo! É aí que eu queria chegar! Diante da pirataria, da internet, dos downloads e etc, muitos músicos cristãos tem visto ser reduzida a sua paga deixando de ter uma boa parte do seu lucro e aí é que surge a corrida desenfreada por shows, shows e shows. Alguns chegam a fazer 3 ou 4 shows por dia! Acredite, isso é verdade! Na minha época como tecladista do Código C, a gente chegou a fazer 3 shows entre 14hs e 23hs de um sábado em locais diferentes e distantes. Isso é uma das coisas nas quais penso: Até que ponto eu sou servo e até que ponto eu sou só um artista?

O músico cristão tem que pensar em ser artista sim porque aí ele aumenta a sua responsabilidade e qualidade porém ele não poderá NUNCA deixar de Saber que ele é um Servo, NUNCA deixar de Agir como um Servo. Mas nessa loucura, tudo fica mais mecânico, mais profissional, mais quadradinho. Se toca e não se demonstra mais tanta emoção ou se emociona mas não comove o povo. Conta uma história mas ninguém a entende porque estão emocionados pelo calor das coisas e não por aquilo que a canção representa. Param o show, fazem uma pregação sobre o Jovem Rico ou sobre o Filho Pródigo, milhares de pessoas são guiadas pelas emoções erguem suas mãos para aceitar a Cristo sem, exatamente, saber o que estão fazendo.

Vamos partir do ponto que TODAS sabem o que estão fazendo. Elas vão, erguem suas mãos, choram, fazem uma oração pronta (que mais parece uma reza), alguém a acompanha até um quiosque, anota seus dados e pronto. E aí??? Quantas dessas pessoas foram acompanhadas, encaminhadas para uma Igreja? Quantas foram acompanhadas por alguém?

Em toda minha vida eu só vi essas pessoas se tornando números, gráficos a respeito do alcance de determinado evento onde você questiona determinados posicionamentos e você é taxado de rebelde ou recebe a resposta: "Tudo é Número, até na Bíblia tem números..." Isso não é devaneio meu, eu já ouvi isso!

Não digo que os músicos, bandas, cantores, artistas tem total culpa nisso. Mas esse sistema é uma máfia incontrolável, uma corja de gente que encontrou uma maneira de se obter lucro, mas não é esse o motivo do meu post pois ainda sou favorável aos shows, à música gospel em geral, porém, não sei se ainda acredito nela.

 A bíblia diz que sábio é aquele que ganha almas mas não sei se melhor é ganhar almas ou se o melhor é cuidar delas. Eu acho que é melhor ganhar almas e cuidar delas também, tipo, as duas coisas ao mesmo tempo!

Quando você é um líder, um pastor, um pregador, sei lá, você se apega às pessoas, você quer conhecê-las, quer ajudá-las a vencer seus problemas, a enfrentar seus demônios e aniquilá-los, você se cobra mais, você estuda mais, você se apega à sua causa, você ora mais, jejua mais, busca mais a DEUS, trabalha pelo crescimento, sonha mais, mas trabalha investindo na estrutura para que ela não fique arruinada. Você cuida de gente, se apega a elas e você quer o melhor para cada uma delas e é por isso que você começa a pensar se algumas coisas realmente valem a pena ou não.

Eu acredito que existem milhares de formas de estratégias para se ganhar almas assim como esses Mega Shows, porém, acredito que as pessoas precisam ser cuidadas, ouvidas, aconselhadas, ensinadas, discipuladas, pastoreadas e por aí vai. Precisa haver uma conexão entre o emissor e o receptor da mensagem, um compromisso, ou seja, do pregador (seja pastor, líder, músico, cantor) com aquele, ao qual ele está pregando.

Ultimamente tenho ouvido cada coisa que deixaria alguns de cabelos em pé, porém eu descobri que nasci pra fazer isso e que eu quero fazer isso e a cada coisa que você se doa pra fazer, você não recebe dinheiro, mas recebe sorrisos, gratidão, pessoas felizes e restauradas, gente que agora tem uma resposta e que deseja, agora, levar a outros loucos o verdadeiro sentido!

Penso que o músico também é um pregador, mas qual é o verdadeiro sentido? Por que estamos cada vez mais parecidos com o mundo quando o mundo deveria desejar ser igual a nós? Por que buscamos tanto nosso próprio lucro e pregamos ser o resgate da unção levítica do passado mas não entendemos que a nossa porção é o Senhor? Por que pregamos tanto sobre Atos 4 querendo ter tanto sem querer dar nada?

Essa é a reflexão que muitos vão odiar, mas estou usando muito do que tenho de bagagem de vida, de bagagem teológica e de relacionamento com DEUS para fazer com que muitos pensem. Não quero que ninguém seja um robô igualzinho a mim, mas talvez isso esclareça coisas a respeito de você mesmo.

Não quero que pensem, também, que vomitei no prato que comi ou que tenha virado um cético incrédulo. Não é isso! Eu só tenho analisado meu ontem, vivendo o hoje e me preparando para o meu amanhã de maneira que você também possa ter seus olhos abertos para enxergar um novo amanhã!

Por isso a minha pergunta que fica é: Qual é o verdadeiro sentido de tudo?

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