Segundo o pastor, os “textos genéricos” (a expressão é dele) que podem ser usados para reprovar o onanismo são Gênesis 2:24 e 38:6-8; Romanos 6:12; Romanos 6:23; 1 Coríntios 6:12; 1 Tessalonicenses 4:3-5; e 2 Pedro 2:19.
O mais dramático deles pune, na interpretação do pastor, o masturbador com a morte. “Deus dotou o ser humano com um código moral, e toda vez que o infringimos há tristeza, dor, culpa, porque o salário do pecado é a morte (Romanos 6:23)”, escreveu o pastor em seu site, o Verdade Gospel.
Malafaia citou Gênesis 2:24 para lembrar que Deus criou o homem e a mulher para um complementar o outro, o que significa, segundo ele, que “o orgasmo para si mesmo” é pecado.
O Gênesis 38:6-8 é o do Onã, que, na relação sexual com sua mulher, dava um jeito de derramar o esperma na terra. Para Malafaia, Onã deu origem à palavra onanismo, porque ele praticava uma “masturbação disfarçada”.
O pastor usou 2 Pedro 2:19, Romanos 6:12 e 1 Coríntios 6:12 para afirmar que o masturbador se torna escravo do seu desejo.
Masturbação é ou não uma prática pecaminosa?
Abordar o tema masturbação à luz da Palavra de Deus não é algo simples. E, por pastores, líderes e pais fugirem desta responsabilidade, não discutindo o assunto por medo, tabu ou falta de informação, o conflito na mente de muitos jovens persiste.
A consequência disso é que alguns desses jovens, desinformados, poderão adotar tal prática, sucumbindo à culpa neurótica ou refugiando-se na educação secular e em padrões mundanos, que contrariam os princípios que Deus estabeleceu para o desenvolvimento sadio e equilibrado do ser humano. Isso traz sérios problemas à vida espiritual, psíquica e emocional.
A masturbação é uma prática pecaminosa à luz da Palavra de Deus. E, talvez a maior dificuldade de alguns para lidar com a questão seja a inegável realidade da explosão hormonal na puberdade e o fato de a Bíblia não proibir explicitamente esta prática — o que não nos impede de deliberar sobre o assunto, com base em textos mais genéricos, como os que estão em Gênesis 2.24, 38.6-8, Romanos 6.12, 1 Coríntios 6.12 e 1 Tessalonicenses 4.3-5.
Em Gênesis 2.24, somos informados de que Deus criou o homem e a mulher. Eles foram criados com órgãos genitais distintos e a libido, o desejo de união sexual, a fim de saciarem os seus desejos mais íntimos de companhia, de intimidade e de afetividade — necessidades que só são plenamente satisfeitas a partir do casamento, da união legal entre um homem e uma mulher que deixaram afetiva, econômica e geograficamente os pais, ou seja, que atingiram a maturidade. Sendo assim, o ato pelo qual alguém exercita sua sexualidade solitariamente, proporcionando a si mesmo o orgasmo, é uma prática contrária ao projeto de Deus para a vida do ser humano.
Além disso, alguém consegue masturbar-se sem imaginar um ato sexual, sem ter fantasias eróticas e sem deixar-se dominar pela lascívia ou pela luxúria? Após ceder à masturbação, a pessoa consegue ficar isenta da vergonha e da culpa?
Em Gênesis 38.6-8, encontramos o caso de Onã, que, agindo de maneira egoísta, tinha relação sexual com a esposa, mas derramava o sêmen na terra. Era uma masturbação disfarçada. Por isso, outro nome que dão à masturbação é onanismo.
Deus dotou o ser humano com um código moral, e toda vez que o infringimos há tristeza, dor, culpa, porque o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23). E quando uma pessoa é subjugada por algo, ainda que seja um desejo legítimo, ela se torna escrava (2 Pedro 2.19). Daí a recomendação de Paulo em Romanos 6.12: Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências. A conclusão do apóstolo é salutar: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma (1 Coríntios 6.12).
Em suma, não apenas a masturbação, mas qualquer prática sexual sem o compromisso do casamento entre um homem e uma mulher está fora do projeto de Deus, é pecaminosa e traz consequências funestas para o ser humano.
SUGESTÕES DE LEITURA: Lucas 19.10; Gálatas 5.16,24; Colossenses 3.5; 1 João 2.17