sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pensamento

Este é um pensamento que eu gostaria de compartilhar com todos os que acessam o meu blog. Esse texto foi compartilhado comigo por uma pessoa que, para mim, se tornou muito especial e tem me ajudado muito em diversas coisas na minha vida e eu gostaria de passar adiante:

O que a gente é, não está naquilo que a gente pensa ou fala, mas nas coisas que a gente faz:
Nada traduz melhor as nossas intenções do que as nossas ações. Virtudes resultam de ações que promovem a Vida e o bem-estar. Defeitos resultam de ações que prejudicam a gente e os outros.

Agindo direito, você se torna direito. Agindo mal, no próprio mal você se transforma. Do jeito que você age, assim você é, e só a sua consciência pode determinar sua escolha entre ser de um jeito ou de outro.

Grandes idéias denotam inteligência e sensibilidade. Belos discursos demonstram brilhantismo e eloqüência. Mas somente ações concretas revelam a nossa competência.


Fazer o bem é melhor do que falar bem, como é melhor fazer antes e só falar depois que tiver concluído.

Muita prosa quase sempre corresponde a pouca obra. E se você não possui uma boa razão para fazer algo já tem uma ótima razão para deixar de fazer: Não há nada mais inútil do que fazer muito bem algo que não precisa nem deve ser feito.

Falar é fácil e pouco compromisso exige de quem fala. Converter palavras em ações é que é a questão, pois agir depende de trabalho, entusiasmo e energia.

Assim, é mais sensato não fazer por livre escolha do que viver falando o que deve ser feito e nunca agir. Ou, pior, fazer sempre o contrário do que se fala. Somente quando você pratica um pouquinho de todas as boas coisas em que acredita de todas as grandes idéias que defende nas suas palavras você ajuda a construir o mundo sobre o qual tem falado.

Casamento

Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.

Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"

Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.

Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possivel. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus examos no próximo mês e precisava de um ambiente propício para prepar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" ,disse Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.

A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".

Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".

Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.

A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.

Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!

Se você não dividir isso com alguém, nada vai te acontecer.

Mas se escolher enviar para alguém, talvez salve um casamento.

Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir..

UM CASAMENTO CENTRADO EM CRISTO É UM CASAMENTO QUE DURA UMA VIDA TODA.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Entrevista com o Apóstolo Estevam Hernandes há 20 anos na extinta Revista Kerigma

Aos 36 anos de idade, Estevam Hernandes dirigia sua própria empresa de informática e se destacava por ser o pastor e fundador da Igreja Evangélica Renascer em Cristo. Confira uma entrevista de 1990, pouco depois do início de seu ministério


A vida deste executivo paulista de 36 anos poderia ser semelhante à de tantos outros. Formado em Administração de empresas, com especialização no Japão, foi gerente de marketing da Xerox do Brasil e Itautec e hoje (1990) dirige sua própria empresa de representação na área de informática. Casado, pai de dois filhos, classe média, o que o torna uma figura singular é o fato de ser pastor e fundador da Igreja Evangélica Renascer em Cristo. Para falar desse movimento e da sua vida o pastor Estevam recebeu a extinta revista Kerigma na sede da Igreja, em São Paulo.

Kerigma - Fale-nos sobre você

Apóstolo Estevam Hernandes - Meu discipulado foi ministrado pelo pastor presbiteriano Epaminondas Silveira Lima, já falecido, que iniciou uma obra chamada Pentecostal da Bíblia, hoje com mais de 100 templos em todo o país. A marca que ele imprimiu à minha formação religiosa permaneceu. Passei a participar de movimentos evangélicos especialmente voltados aos jovens, desenvolvendo trabalhos inéditos até então. Tornei-me co-pastor da Igreja Cristã Evangélica, época em que minha atividade profissional na Xerox ainda prevalecia sobre a atividade ministerial. Foi quando Deus resolveu dar uma guinada na minha vida e o movimento Renascer em Cristo teve início. Um trabalho de recuperação de vidas, desenvolvido fora dos padrões até então estruturados que começou com poucas pessoas, em minha própria casa. Com a presença de Deus os milagres da obra começaram a acontecer independentemente de um planejamento ou qualquer tipo de projeção de nossa parte. E aqui estamos hoje.

Kerigma – Sua igreja está sendo considerada o mais novo fenômeno do movimento evangélico em São Paulo. Por quê?

Apóstolo Estevam Hernandes - Eu atribuo esse destaque à forma como Deus nos tem aberto as portas. Ocupamos hoje um espaço de 3.000m2 de área construída, que já foi considerado o maior de São Paulo. Isso representa a concretização de um sonho que julgávamos irrealizável, até porque não queríamos construir um templo religioso, apenas. Queríamos reunir igreja, teatro, galeria de arte, enfim, uma série de atividades a serviço do Reino de Deus, porém fora das convenções que até então balizavam o trabalho pastoral. E Deus nos atendeu. Hoje realizamos aqui reuniões de 3.500 participantes sentados, não raro atingindo 5.000 pessoas no total.

Kerigma – Conte-nos sobre o processo de aquisição desse espaço.

Apóstolo Estevam Hernandes - Quando minha casa ficou pequena para as reuniões, alugamos uma sala anexa a uma Pizzaria, em São Paulo/SP. Logo em seguida o governo decretou o Plano Cruzado, o movimento da Pizzaria aumentou e o proprietário quis a sala de volta. Na iminência de ficarmos sem um local para as reuniões, juntei o grupo e recolhemo-nos a um sítio para um fim de semana inteiro de jejum e orações. Foi quando Deus, através de uma palavra profética, falou conosco. Disse que havia preparado um local para a instalação da igreja e que esse local seria do jeito que eu lhe solicitara. Deveríamos simplesmente procurar. E como procuramos. Era época de eleições e não havia absolutamente nada disponível. Um dia, deparamo-nos com uma igreja antiga, abandonada. Era a Igreja Evangélica Árabe. Alugamos o imóvel e fizemos o primeiro culto dominical entre ruínas e na companhia de morcegos. Ali demos início ao ministério de reconstrução de vidas, recebendo pessoas com as mais diversas carências e com todo o tipo de ferimentos espirituais. Um ano depois, mesmo com as ampliações que fizemos, a igreja estava pequena. Algum tempo depois encontramos este espaço, cujo preço, em dólares, era muitíssimo superior às nossas possibilidades. Deus indicou-nos então um irmão, industrial, que acreditou na causa e na missão que fora confiada. Comprou a propriedade e aqui estamos.

Kerigma – Um espaço físico apropriado é uma ferramenta poderosa. Contudo, temos visto igrejas vazias, apesar de bem instaladas. A sua está sempre lotada. Por quê?

Apóstolo Estevam Hernandes - Ao nosso ministério de Reconstrução de Vidas, denominado Ministério Neemias. Com isso as pessoas encontraram guarida, liberdade e um campo fértil para o desenvolvimento dos trabalhos. Contudo, o que gerou um crescimento substancial no movimento foi nossa visão evangelística total, desvinculada de qualquer linha teológica pré-estabelecida.

Kerigma – Explique-nos a diferença entre o evangelismo ortodoxo e o que você chama de evangelismo total.

Apóstolo Estevam Hernandes - O evangelismo total prega a recuperação do homem na sua totalidade: corpo, alma e espírito. Em nível de corpo procuramos recuperar, por exemplo, viciados em álcool ou drogas, reinserindo-os no contexto social. O segundo passo é a reestruturação psicológica do indivíduo. O terceiro é um trabalho discipular, muito firme, sempre atrelado a evangelização ao aspecto social, participativo.

Kerigma – Para que lado caminha a igreja brasileira?

Apóstolo Estevam Hernandes - Eu vejo essa caminhada com preocupação, pois hoje existem mais pessoas fora do que dentro da igreja. Esta não tem acompanhado a evolução dos acontecimentos, não tem se integrado ao aspecto social do mundo de hoje. Daí a abertura de espaços que estão sendo ocupados por movimentos que podemos dizer vindos das trevas.

Kerigma – Esse processo tem a ver com a própria estrutura denominacional?

Apóstolo Estevam Hernandes - Tem. E essa convicção está presente inclusive na Igreja Católica, segundo me disse uma autoridade eclesiástica de São Paulo. Segundo ele, a tranqüilidade de Roma decorre do fato de que no Brasil as denominações nunca deixarão que o evangelho tome o lugar que deveria.

Kerigma – Por que isso acontece?

Apóstolo Estevam Hernandes - O grande problema é o sectarismo, pois a estrutura denominacional, em si, é boa. Se a igreja Batista se unisse à Presbiteriana e à Assembleia de Deus, por exemplo, e formássemos verdadeiramente o Corpo de Cristo, teríamos hoje no Brasil pelo menos o dobro dos 30 milhões de evangélicos existentes.

Kerigma – Teria a estrutura denominacional se tornado em gesso para o Espírito Santo?

Apóstolo Estevam Hernandes - É pior do que isto. É como se o Espírito Santo tivesse sido colocado no centro de um iceberg posto a navegar pelo Pólo Norte. Perdeu-se a essência da palavra e abriu-se caminho para um bispo Edir Macedo.

Kerigma – O que você tem a dizer sobre o bispo Macedo?

Apóstolo Estevam Hernandes - A grande culpada é a igreja evangélica de um modo geral. Se a igreja tivesse estado aberta às necessidades do povo, movimento como esse, liderado pelo bispo Macedo, não aconteceriam.


Kerigma – Dizem que muita gente famosa freqüenta sua igreja. É verdade?

Apóstolo Estevam Hernandes - Sim. A Virgínia Novick, das Lojas Marisa, é um exemplo de pessoa famosa que participa da nossa igreja.

Apóstolo Estevam Kerigma – O piloto Ayrton Senna também?

Apóstolo Estevam Hernandes - Ele esteve aqui uma vez, mas não pode descer do carro devido ao tumulto que causou. No entanto, nós ministramos discipulado a ele através de fitas de vídeo.

Kerigma – Mais alguém famoso?

Apóstolo Estevam Hernandes - Sim. O Mingo, ex-integrante dos Incríveis, o Marcelo, ex-Rádio Táxi, que hoje é baterista do Katsbarnéa, além de outras figuras famosas que estamos discipulando e no momento não convém mencionar.


Kerigma – Fale-nos um pouco mais sobre o Ministério Neemias, sobre essa reconstrução de vidas.

Apóstolo Estevam Hernandes - Nós procuramos desenvolver o potencial das pessoas, independentemente dos atos que elas possam ter praticado. Somos contrários à posição das igrejas que atiram fora seus membros que cometeram erros, fechando-lhes inclusive as portas do céu. Nós acreditamos na recuperação das pessoas, sejam quais forem às circunstâncias, e trabalhamos por isso.

Kerigma - Fale-nos sobre a banda Katsbarnéa.

Apóstolo Estevam Hernandes - O Katsbarnéa é uma dessas coisas loucas que Deus nos reservou. Eu procurava um veículo para a palavra de Deus fora da barreira das religiões. Foi quando conheci o Simion, hoje líder da banda, num evento da Xerox. A ele se uniram outros músicos e o Katsbarnéa foi formado. Foi uma revolução, pois o som era muito forte, ainda que de altíssima qualidade. Todo um trabalho de discipulado foi feito com os músicos e hoje o grupo supera a condição de conjunto musical. De ex-drogados os rapazes do Katsbarnéa se transformaram em um ministério de evangelismo. Em tempo: Katsbarnéa é uma palavra grega, que significa consagrado.

Kerigma – Como você concilia a atividade de pastor com a de executivo? Não seria melhor dedicar-se só ao pastoreio? E a família, como fica?

Apóstolo Estevam Hernandes - Minha mulher Sônia e meus filhos Felipe e Fernanda são totalmente integrados à igreja. Eles não se importam, por exemplo, em ocupar apenas um quarto em nossa casa e ceder temporariamente o resto para irmãos que estejam sem ter onde morar. A conciliação pastor/executivo é, sem dúvida, desgastante. Mas sei que estou sendo usado por Deus como exemplo para outras pessoas. A minha vida profissional é usada para o reino do Senhor, como um testemunho de que conciliação é possível, que um executivo de sucesso também pode servir à causa de Deus. E essa compatibilidade tem dado credibilidade ao nosso trabalho e ajudado a conquistar gente nova para o movimento.

Kerigma – Fale-nos sobre as conversões de filhos de pastores que têm ocorrido na sua igreja.

Apóstolo Estevam Hernandes - Temos aqui vários filhos de pastores tradicionais, daqueles que precisavam passar para suas comunidades a idéia de que eram santos e infalíveis. Só que dentro de casa eram homens comuns, com imperfeições inerentes à condição humana. Presenciar esse paradoxo todos os dias fez tanto mal a esses jovens que muitos deles afastaram-se completamente da igreja. Aqui eles encontraram a religião com liberdade. O trabalho é árduo, mas plenamente recompensado quando descobrem que “Deus funciona”.

Kerigma – Agradecemos o seu tempo, e queremos agora sua palavra final.

Apóstolo Estevam Hernandes - É a palavra do entendimento da vontade de Deus, que é sempre boa, perfeita e agradável. Neste mundo onde hoje Satanás faz estragos como nunca, onde há tanta miséria, tantos escândalos, a igreja precisa viver não mais só o Evangelho da letra. É necessário viver o Evangelho do Espírito e o Evangelho do amor.
Com informações da extinta Revista Kerigma e os Colaboradores